A briga pelo direito de transmissão do Campeonato Brasileiro não está restrita somente aos bastidores da televisão e do futebol. Chegou agora à mídia através das cartas e comunicados da Globo e Record. Nesta quarta-feira, a Globo publicou nos principais jornais um anúncio onde explica que saiu da licitação aberta pelo Clube dos 13 por não concordar com a proposta da entidade para a distribuição dos direitos de imagem. A emissora afirma que não há viabilidade econômica e que a carta convite acaba prejudicando os times. O anúncio também deixa claro que a Globo negociará individualmente com cada time.
Algumas hora depois, a Record divulgou um longo comunicado à imprensa sobre o assunto onde destaca que o formato de negociação foi desenvolvido como consequência de um acordo entre o Clube dos 13 e o CADE e prevê a participação de outros concorrentes de forma democrática e transparente. Ainda segundo o comunicado, “o modelo anterior impôs aos clubes brasileiros o endividamento e a perda sucessiva de seus maiores talentos para outros países. Alguns clubes brasileiros passam meses sem parceiros patrocinadores porque camisas, luvas, bonés e até placas publicitárias são evitadas ou encobertas nas transmissões esportivas. Ainda existem alguns clubes brasileiros que simplesmente são ignorados durante a temporada e passam semanas sem que seus jogos sejam transmitidos”. Trata-se de uma provocação à Globo que, em seus telejornais, tem imagens bem fechadas para evitar que apareçam os patrocinadores de times e jogadores. A Record também afirma que, se os times deixarem o Clube dos 13, fará como a Globo e negociará individualmente, “desde que as negociações sejam feitas seguindo padrões de transparência e regras claras”.
A carta da Record e o anúncio da Globo são mais algumas das armas na briga pelo direito de transmissão do Campeonato Brasileiro e foram direcionadas para convencer o público, um dos elementos do futebol. As duas emissoras querem provar que suas propostas são perfeitas para o telespectador e que a concorrente é desleal. Por isso, é preciso esperar a hora certa e não arriscar palpites, afinal qualquer negociação feita longe dos holofotes tem regras que não são tão claras.