Teledramaturgia aquecida com a briga da Record e da Globo

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O mercado da teledramaturgia está mais aquecido do que nunca. A disputa entre a Globo e a Record – proprietárias dos principais núcleos de teledramaturgia do país – por melhores atores tem provocado um entra e sai frenético de artistas nas emissoras, criando um movimento que antigamente não era visto na TV brasileira.

A Record continua ganhando espaço e entrou na briga pela preferência do público. Em uma das batalhas mais recentes, a Globo “pegou” de volta uma gama de artistas que havia migrado para a concorrente há cerca de cinco anos. Entre eles, Gabriel Braga Nunes, que voltou à antiga casa e ganhou o papel que seria de Fábio Assunção em “Insensato Coração”.
“A Globo é uma empresa grande, e a Record, por sua vez, está bem estruturada. Isso é bom para o mercado”, disse o ator, na festa de apresentação da novela das nove. Tuca Andrada, Lavínia Vlasak, Petrônio Gontijo e Nathália Rodrigues pegaram carona e também garantiram espaço no elenco global.
No caminho inverso, Betty Lago abandonou um papel em “Um Mundo Melhor”, que seu amigo Miguel Falabella estava escrevendo especialmente para ela, e se jogou de cabeça no desafio de conquistar um espaço próprio na Record.
Em “Vidas em Jogo”, próxima produção da Record, Betty Lago será uma doméstica que ganha na loteria.
Filha de Paulo Goulart e Nicette Bruno, dois atores globais consagrados, Beth Goulart também foi para a Record atuar em “Vidas em Jogo”. “Será uma personagem maravilhosa, em uma novela instigante, com bons atores e a direção sensível do Alexandre Avancini. Tudo isso possibilita uma oportunidade de crescimento e renovação”, analisa Beth Goulart.
Não há dúvida de que, com a concorrência, tanto o telespectador quanto os atores saem ganhando. “O fortalecimento da Record gera competitividade, e o público pode distinguir o que é bom e o que é ruim. A Record está se consolidando cada vez mais. Prova disso é a minissérie ‘Sansão e Dalila’, que foi um produto de grande qualidade”, afirma Claudino Mayer, pesquisador em teledramaturgia da Universidade de São Paulo e autor do livro “Quem Matou… O Romance Policial na Telenovela”.
Protagonista da minissérie citada por Mayer, Mel Lisboa também é uma “migrante”. Aceitou a proposta da Record no início de 2010, após um período na geladeira global. “Fiquei muito tempo contratada sem ser usada. A gente tem que estar feliz, trabalhando, e eu não estava”, confessa Mel Lisboa.
Satisfeita com a sua atual situação, Mel Lisboa considera a ampliação do mercado uma vitória para todos que trabalham na TV. “Qualquer monopólio é ruim. E isso não é só para os atores, mas para equipe técnica, cabeleireiro, maquiador… A oferta aumentou muito a partir do momento em que a concorrência ficou mais consolidada. Agora, há mais opções”, defende.
Mercado está em expansão
Com os anúncios de investimentos da Record, mesmo os artistas empregados, como é o caso de Oscar Magrini, que tem compromisso com a Globo até o fim do ano, não descartam a possibilidade de mudar de empresa.
“Se não rolar a renovação do contrato, e eu for chamado para conversar, vou. Por que não? Eu amo o que faço e quero atuar sempre”, confessa Magrini. Apesar da ameaça da principal concorrente, que deflagrou uma arrancada de contratações, a Globo ainda tem deixado alguns atores à solta por aí.
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É o caso surpreendente de duas belas atrizes de destaque da Globo, Camila Morgado e Maria Fernanda Cândido, que simplesmente não tiveram seus contratos renovados – e mais ainda da estrela Ana Paula Arósio, que foi sumariamente dispensada após faltar a algumas gravações de “Insensato Coração”.
“Agora, os famosos podem ter a possibilidade de mostrar o seu trabalho em uma outra emissora. Eles não ficam soltos ou desempregados, pois é inegável que o mercado se ampliou”, explica José Mayer.
No disputado mercado da teledramaturgia nacional, os nomes mais cotados do primeiro time, por sua vez, optam por não ter nenhum vínculo empregatício com as emissoras. É o caso de Rodrigo Santoro e Selton Mello, atores que preferem ter liberdade para tocar seus próprios projetos paralelos, como cinema e teatro, mas são chamados para grandes produções e participações especiais.